sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Teoria do toma lá da cá



A vida é uma troca constante. Em tudo que você faz é exigido uma troca queira ou não.
É uma lei da física aplicada no dia-a-dia, toda ação tem uma reação e toda reação tem efeito imediato ou posterior contrário da ação isso existe em nosso cotidiano da forma mais comum que podemos imaginar.

Se você der parabéns para alguém espera um obrigado de volta, da mesma forma se alguém pisa no seu pé você espera desculpas. As trocas muitas vezes são as mais bizarras que você pode imaginar, mas elas sempre estarão ai pode ter certeza.

Altruísmo? Toda vez que faz alguma coisa para alguém espera uma troca, mesmo que em nível subconsciente você fica esperando que essa barganha aconteça. Muitas pessoas que conheço vão criticar esse texto, mas se elas analisarem friamente suas próprias vidas vão ver que sempre esperam alguma coisa de alguém e essa é a troca. Agrado você e me agrada, faço o que você quer, mas quero minha compensação, todos esperam retribuição de alguma forma.

Os relacionamentos são as provas mais vivas do toma lá da cá, experimente receber um carinho e por pior que você esteja não retribuir com um sorriso. É claro que esse é um exemplo superficial, mas o relacionamento é uma troca constante, indeterminada, irresponsável e muitas vezes irracional.

Amor incondicional não existe! Não estou falando sobre aquele tipo de amor que uma pessoa morreria pela outra, aliás, fora Romeu e Julieta, desconheço casos atuais desse tipo de amor. É a mesma coisa que conhecer alguém que ganhou na mega sena, ou seja, é quase impossível. O amor incondicional que falo é aquele que quando uma parte comete um erro a outra absorve e perdoa. Hoje em dia se não ocorrer a troca o amor acaba rapidamente e quando ocorre a troca baseada em um erro a pessoa ofendida vai cobrar muito caro por isso. Nitidamente estou falando de situações onde o perdão ocorre, por que muitas vezes o perdão não é mais a solução e não é mais visto pela pessoa ofendida que notoriamente tem medo de arriscar uma troca tão grande e que gera diretamente muitas dúvidas para com seu bem estar.

Isso vale também para sua vida profissional, a troca é simples, eu trabalho bem, mas quero o “faz me rir” maior no final do mês ou aquela promoção que tanto desejo. Neste caso a troca é bem sucedida se seu marketing pessoal estiver bem afiado. Pode-se levar muito tempo para alcançar certos objetivos, mas eles sempre vêem. Lembrando que o falso altruísmo também funciona muito bem na área profissional.

Quer um conselho! Não ignore a fórmula do ”toma lá da cá” de maneira alguma. Falo isso como um cara que tem provavelmente a maior experiência do ramo em errar ela.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Deixe a vida acontecer



A frase do título parece simples, mas não é. Quanto mais queremos viver, sozinho ou mesmo ao lado de alguém sempre interferimos em nosso próprio caminho e entramos em conflito com nossa independência pessoal.

Viver uma independência não é fácil e pode simplesmente parecer egoísmo ou nos mostrarmos arredios perante idéias alheias.

Apesar de parecer auto ajuda existem várias frases e ditos populares que dão ênfase para nossa independência tais como:
“Problemas são inevitáveis, ser derrotado por eles é opcional";
“A vida lhe sorri quando você sorri de volta";
“Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja sentida";
“Suas ações definem quem você é não suas palavras".

Deixar a vida acontecer sempre trás pedras no caminho, aliás, aqui vai mais uma frase: "Pedras no caminho? Guardo todas, um dia construirei um castelo!". Porém existem pedras que por mais que tentemos não conseguimos retirar do nosso caminho e sei parece engraçado, mas também existem as pedras que realmente nos perseguem.

Pedras no caminho:
"Quero tanto fazer tal coisa, mas minha esposa não gosta e portanto não vai deixar";
"Não posso sair com essa roupa, meu namorado não vai deixar";
"Queria tanto fazer essa viagem, mas vou ficar sem grana se eu for".
Estes são exemplos de pedras no caminho bem pequenas e podemos driblá-las facilmente. Se observarmos todas as situações citadas acima, elas referenciam e infligem diretamente nossa independência, não é?
Então o que fazer?
Mandar a esposa catar coquinhos e fazer o que você realmente quer?
Falar para o namorado ir para o inferno e usar a roupa que você tanto gosta?
Usar toda sua grana como estofado do seu próprio caixão?
Muitas pessoas escolhem de verdade as opções acima, e fazem isso para conservar sua pseudo independência, mas no final de tudo, valeu a pena ser "tão" independente?
Não ouvir, ser arrogante, achar que sabe tudo, ignorar muitas coisas que poderiam ser vindas de boas situações ou pessoas que realmente são importantes. Falar de você mesma na terceira pessoa num ato de auto afirmação também não vai ajudar, ao contrário disso experimente ficar de frente à um espelho em silêncio e olhar dentro de seus próprios olhos, garanto que obterá respostas bem interessantes.

Meu ponto de vista sobre independência pessoal é, você realmente saber quem você é, o que pode fazer para melhorar como pessoa e ter a visão e a flexibilidade para desviar, pular ou mesmo carregar suas próprias pedras sem pedir ajuda a ninguém. A auto realização e a independência são calos que a vida coloca nas suas mãos por causa de suas próprias pedras.
Se você não tem esses calos, olhe para o lado e veja se alguém está carregando suas pedras por você.
Sinta a chuva na pele, o vento no rosto, veja o sol nascer, ande descalço, quando viajar respire bem fundo para nunca esquecer do lugar onde esteve.

Acorde! Deixe a vida acontecer.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Whisky e Whiskies



Geralmente temos a oportunidade de nos esbaldar de whisky em festas de casamento e bebemos como se fosse a coisa mais habitual e cotidiana de nossas vidas. Certamente por isso tomamos garrafas e mais garrafas nessas festas sem nos importarmos com o tipo, a classificação e a categoria do whisky. Agora quando você começa a conhecer esse tipo de bebida automaticamente passa a apreciar e degustar, então pensando nisso aqui vai uma mãozinha para ajudar quem ainda não tem esse fundamental conhecimento.

Detalhes importantes para degustação

ASPECTO:
- Cor: O "new make spirit" é incolor. A cor do produto final pode variar consideravelmente: desde incolor até quase preto. Ela resulta tão somente da maturação do whisky no barril ou casco, pelo que as características deste último determinam a cor do produto final. Embora algumas tonalidades sejam indicativas do tipo de casco/madeira ( Chardonnay= Bourbon, mogno claro= Sherry), o nariz deverá complementar a avaliação.

- Brilho: Um produto mais brilhante é indicativo de filtragem. Um whisky não filtrado pode turvar com adição de água.

- Corpo: Embora seja avaliado, sobretudo na boca pode ser avaliado pelas "lágrimas" que escorrem após fazer o whisky girar no copo. Se forem longas indicam álcool; se demorarem a desaparecer, indicam a presença de óleos responsáveis por um corpo cheio.

AROMA:
- "Nose-feel" ou "pico alcoólico": É o efeito imediato que se obtêm na parte posterior do nariz quando se cheiram líquidos de elevado teor alcoólico. Esta sensação pode anestesiar o nariz pelo que a abordagem ao copo desconhecendo o seu teor deve ser cuidadosa. A água deve ser acrescentada até ao ponto que este "pico" deixa de se fazer sentir.

- Aroma s/ diluição: Aberto / fechado ?, simples / complexo? Quanto mais fechado estiver nesta fase mais beneficiará com a adição de água. Um aroma rico e complexo de um whisky velho nesta fase pode perder-se com a adição de água em demasia.

- Aroma c/ diluição: Adição até a ponto de total libertação do aroma. Depende de whisky para whisky sendo normal reduzir até uma graduação entre 30% e 20%. A exploração deve começar pela orla do copo para capturar o "bouquet". Só depois se deve penetrar no seu interior para capturar os seus "segredos". As primeiras impressões contam mais. A captura de um aroma esquivo pode conduzir à fadiga pelo que se aconselha respirar fundo ou descansar em vez de inalações sucessivas. As primeiras impressões são as que mais contam.


Tipos de Whiskies

Existem 3 tipos de Scotch Whisky, de Malte, Grão e Blended. Suas características principais são:

WHISKIES DE MALTE
- Principal característica de sabor para os blended whiskys;
- Engarrafados como single malts;
- Destilação em alambiques de cobre;
- Existem cerca de 90 destilarias de whiskys de malte na Escócia, sendo 42 delas em Speyside.

WHISKIES DE GRÃO
- São praticamente só utilizados na composição dos blended whiskys;
- Mais leves e delicados;
- Capacidade de produção 20 vezes maior que a produção de whiskys de malte;
- Destilação contínua;
- Existem 8 destilarias de whiskys de grão na Escócia, só uma ao norte.

BLENDED WHISKIES
- Combinação de whiskys de grão e whiskys de malte, de diversos tipos e idades, de diversas regiões do país;
- O blending acontece depois da maturação de cada um dos whiskys de grão e de malte;
- A pessoa responsável por esta mistura é o Master Blender, cargo máximo das destilarias de whiskys;
- O propósito da mistura de whiskys é criar um sabor mais rico, macio e suave.


O processo de Triple Blending garante a suavidade que nenhum método consegue igualar:

I. Whiskys de malte são misturados com whiskys de malte;
II. Whiskys de grão são misturados com whiskys de grão;
III. Whiskys de malte e grão são misturados e armazenados por mais um tempo (cerca de 6 meses) em barris de carvalho. Esse método permite que haja um casamento perfeito entre os whiskys.

Este processo gera um whisky super premium de qualidade insuperável e características próprias e específicas.


Classificação do Whisky

O whisky caracteriza-se por um conjunto de dimensões precisas. Uma análise atenta no rótulo de qualquer marca de scoth permite identificar o produto:

- Por Cereal utilizado: Apenas cevada maltada (MALTE) ou de mistura de vários cereais tais como o milho, trigo, aveia, centeio, cevada maltada e/ou não maltada (BLENDED) para os escoceses.
- Por Destilaria de produção: uma única (SINGLE) ou várias destilarias (VATTED)

Portanto o Whisky pode ser:

Single Malt: feito só de cevada, não contendo nenhum tipo de mistura e fabricado em apenas uma destilaria.
Vatted: formado pela mistura de dois ou mais singles maltes.
Grain: produzido com cereais como milho ou trigo e alguns de centeio.
Blended: é o whisky mais globalizado. Seu sabor e identidade são o resultado da mistura de whisky de malte e de grão.


Categoria de Whiskies

SCOTCH - A maioria absoluta dos scotches bebidos no mundo é de blends, ou seja, mistura de uísques destilados em alambiques.

BOURBON - O Bourbon americano, por exemplo, é um destilado de milho; ele deve conter pelo menos 51% de milho, mais geralmente tem 60% a 80% deste cereal e o restante de pequenas proporções de cevada e centeio.

TENESSEE WHISKEY
- O uísque Tenessee, produzido no Estado americano de mesmo nome tem pelo menos 51% de cereal em sua composição.

RISH WHISKY - O Irish Whiskey, o uísque irlandês, onde é usado o carvão para aquecer o malte em seus alambiques, material este que não exerce influência sobre o sabor da bebida.


Como Identificar um bom Whisky

SELO DO IPI - Toda bebida importada destilada, como uísque, vodca, conhaques, brandies, licores, Steinhager, tequilas, gin, aguardentes, e champanhes - da região do mesmo nome na França - devem sempre conter o selo de IPI na cor vermelha. O referido selo, em papel-moeda, é numerado e impresso pela Casa da Moeda.

SELO DO IMPORTADOR - Toda bebida, seja ela nacional ou importada, tem sempre na parte de trás da garrafa uma etiqueta ou rótulo com o nome do importador ou fabricante, contendo inclusive algumas informações como: composição do produto e data de validade.

Não existe um teste para bebedores normais do tipo: balançar a garrafa e ver as bolhas, tentar sentir o aroma do malte e outros que existem por aí, que autentique a origem do Whisky. O ideal é adquirir suas garrafas de locais de procedência conhecida.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

O amor como meio, não como fim!



- É hora de substituir o ideal romântico do amor que basta em si mesmo (por isso não dura) por uma relação que traga crescimento individual.

Há algo de errado na forma como temos vivido nossas relações amorosas. Isso é fácil de ser constatado, pois temos sofrido muito por amor. Se o que anda bem tem que nos fazer felizes, o sofrimento só pode significar que estamos numa rota equivocada. Desde crianças, aprendemos que o amor não deve ser objeto de reflexão e de entendimento racional; que deve ser apenas vivenciado, como uma mágica fascinante que nos faz sentir completos e aconchegados quando estamos ao lado daquela pessoa que se tornou única e especial. Aprendemos que a mágica do amor não pode ser perturbada pela razão, que devemos evitar esse tipo de "contaminação" para podermos usufruir integralmente as delícias dessa emoção – só que não tem dado certo. Vamos tentar, então, o caminho inverso: vamos pensar sobre o tema com sinceridade e coragem. Conclusões novas, quem sabe, nos tragam melhores resultados.

Vamos nos deter em apenas uma das idéias que governam nossa visão do amor. Imaginamos sempre que um bom vínculo afetivo significa o fim de todos os nossos problemas. Nosso ideal romântico é assim: duas pessoas se encontram, se encantam uma com a outra, compõem um forte elo, de grande dependência, sentem-se preenchidas e completas e sonham em largar tudo o que fazem para se refugiar em algum oásis e viver inteiramente uma para a outra usufruindo o aconchego de ter achado sua "metade da laranja". Nada parece lhes faltar. Tudo o que antes valorizavam – dinheiro, aparência física, trabalho, posição social etc. – parece não ter mais a menor importância. Tudo o que não diz respeito ao amor se transforma em banalidade, algo supérfluo que agora pode ser descartado sem o menor problema.

Sabemos que quem quis levar essas fantasias para a vida prática se deu mal. Com o passar do tempo, percebe-se que uma vida reclusa, sem novos estímulos, somente voltada para a relação amorosa, muito depressa se torna tediosa e desinteressante. Podemos sonhar com o paraíso perdido ou com a volta ao útero, mas não podemos fugir ao fato de que estamos habituados a viver com certos riscos, certos desafios. Sabemos que eles nos deixam em alerta e intrigados; que nos fazem muito bem.

De certa forma, a realização do ideal romântico corresponde à negação da vida. Visto por esse ângulo, o amor é a antivida, pois em nome dele abandonamos tudo aquilo que até então era a nossa vida. No primeiro momento até podemos achar que estamos fazendo uma boa troca, mas rapidamente nos aborrecemos com o vazio deixado por essa renúncia à vida. A partir daí, começa a irritação com o ser amado, agora entendido como o causador do tédio, como uma pessoa pouco criativa e desinteressante. O resultado todos conhecemos: o casal rompe e cada um volta à sua vida anterior, levando consigo a impressão de ter falido em seus ideais de vida.

Os doentes acham que a saúde é tudo. Os pobres imaginam que o dinheiro lhes traria toda a felicidade sonhada. Os carentes – isto é, todos nós – acham que o amor é a mágica que dá significado à vida. O que nos falta aparece sempre idealizado, como o elixir da longa vida e da eterna felicidade.

Diariamente, porém, a realidade nos mostra que as coisas não são assim, e acho importante aprendermos com ela. Nossas concepções têm de se basear em fatos, nossos projetos têm que estar de acordo com aquilo que costuma dar certo no mundo real. Fantasias e sonhos, ao contrário, têm origem em processos psíquicos ligados à lembranças e frustrações do passado. É importante percebermos que o que poderia ser uma ótima solução aos seis meses de idade, como voltar ao útero materno, será ineficaz e intolerável aos 30 anos. A bicicleta que eu não tive aos 7 anos, por exemplo, não irá resolver nenhum dos meus problemas atuais. É preciso parar de sonhar com soluções que já não nos satisfazem a adaptar nossos sonhos à realidade da condição de vida adulta.

Se é verdade, então, que o amor nos enche de alegria, vitalidade e coragem – e isso ninguém contesta –, por que não direcionar essa nova energia para ativar ainda mais os projetos nos quais estamos empenhados? Quando amamos e nos sentimos amados por alguém que admiramos e valorizamos, nossa auto-estima cresce, nos sentimos dignos e fortes. Tornamo-nos ousados e capazes de tentar coisas novas, tanto em relação ao mundo exterior como na compreensão da nossa subjetividade. Em vez de ser um fim em si mesmo, o amor deveria funcionar como um meio para o aprimoramento individual, nos curando das frustrações do passado e nos impulsionando para o futuro. Casais que conseguem vivê-lo dessa maneira crescem e evoluem, e sob essa condição seu amor se renova e se revitaliza.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Excessos

A paixão é a maior culpada pelos excessos. Quanto mais apaixonado, mais tomado pela situação você fica.

Não estou falando somente de paixões interpessoais, mas de várias paixões que temos no decorrer da vida e vendo por esse lado sabemos que temos uma vida cheia de excessos.

Certa vez ouvi de um senhor uma frase que mexeu muito comigo “Tudo na vida tem que fazer parte e não tomar parte”. Se você entender que quando algo em sua vida toma parte provavelmente você está dentro de um excesso.

Tenho meus excessos não vou negar, mas quem não tem. O maior problema dos excessos é quando você o faz e ainda gosta muito, mesmo sabendo que não trará nenhum benefício para sua vida.

A paixão e o excesso são incrivelmente similares, geralmente as pessoas têm paixões pelo trabalho, por algum esporte, por beber, por balada ou por si mesmas. Essas paixões normalmente se confundem e viram naturalmente excessos.

Não entendo o excesso como pecado, gosto de pensar como se fosse um tempero, uma vida regrada pode se tornar um tédio, mas talvez alguns bons excessos deixe tudo um pouco mais colorido.

Espero que na teoria da vida muitas coisas façam parte da trajetória de nosso destino e cuidadosamente espero alguns excessos pela frente sempre.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Só...



Não fui, na infância, como os outro
se nunca vi como outros viam.
Minhas paixões eu não podia
tirar de fonte igual à deles;
e era outra a origem da tristeza,
e era outro o canto, que acordava
o coração para a alegria.
Tudo o que amei, amei sozinho.
Assim, na minha infância, na alba
da tormentosa vida, ergueu-se,
no bem, no mal, de cada abismo,
a encadear-me, o meu mistério.
Veio dos rios, veio da fonte,
da rubra escarpa da montanha,
do sol, que todo me envolvia
em outonais clarões dourados;
e dos relâmpagos vermelhos
que o céu inteiro incendiavam;
e do trovão, da tempestade,
daquela nuvem que se alterava,
só, no amplo azul do céu puríssimo,
como um demônio, ante meus olhos.

[ Não gosto de contos e poesias tanto assim, mas Edgar Allan Poe é magnífico! ]

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A teoria do flerte



Um casal está se conhecendo em um lugar qualquer propicio para o desenrolar deste evento peculiar. Enquanto um fala outro ouve e vice-versa, a educação, respeito e absoluta atenção reinam. Os diálogos e micagens que se desenrolam são sobre as histórias de venturas e aventuras passadas por cada um. O marketing pessoal paira no ar, a conversa mantém um teor ingênuo, mas dentro de cada história contada existe um complexo preparo de formulas para aumentar o nível de interesse, apreciação e desejo de ambos.

O homem usa a estratégia de histórias extravagantes onde ele consegue se impor como figura principal, já a mulher fala de um passado complicado, cheio de magoas e conta com entusiasmo como foi sua vitória sobre todos eles. Tanto o homem como a mulher sentem-se empolgados por que eles estão diante de um desafio, então começa o flerte.

O flerte é a mais encantadora porção de diálogos e olhares entre um homem e uma mulher, é a malicia mais inocente que existe, onde olhos brilham, bocas alargam-se com sorrisos deliciosamente encantadores. E pronto! A sorte está lançada!

Narrado dessa forma tudo parece simples e belo, mas no primeiro passo em falso seu mundo pode desabar. O flerte é uma arte que as mulheres dominam naturalmente e a maioria dos homens não tem essa habilidade, porém, por outro lado alguns de nós tem a perspicácia para notar suas nuances.

Após muita conversa é hora do movimento final, o atrito físico mais desejado nesse momento, o beijo. O enlace final foi dado os rostos estão muito próximos para recuar, os dois tem desejo e coragem, mas é hora de saber quem terá a iniciativa. Vamos deixar claro que não é importante quem finaliza a situação, mas sim o que acontece no segundo seguinte.

Quando isso acontece com pessoas maduras a tensão é maior justamente pela experiência de cada um. Com as mãos suando deliberadamente o corpo ganha temperatura. A aproximação dos lábios é intuitiva, com ritmo precavido todas manobras são feitas para estudos e nitidamente se sente os lábios um pouco tensos, a língua levemente retraída.

Com o beijo acontecido chegando ao fim é hora de olhar profundamente dentro dos olhos da pessoa beijada tentando obter um relatório de aprovação.

Difícil, mas é assim que funciona nos dias de hoje. A melhor parte que você deve saber é que a partir do segundo beijo tudo melhora e assim sucessivamente.