segunda-feira, 18 de março de 2013

Surrealismo

Surrealismo irá, pelo menos, ter servido para dar prova de que a experimentação total da esterilidade e das tentativas de automatizações terem ido longe demais e de terem conduzido a um sistema totalitário… Hoje, a preguiça e a total falta de técnica chegaram ao seu paroxismo no significado psicológico da atual utilização da faculdade.

Salvador Dalí

VOCÊ É PARTE DA REVOLUÇÃO?

“Durante a Revolução Industrial foram criadas vastas fortunas, grande riqueza e surgiram famílias riquíssimas. E o mesmo está acontecendo agora, durante a Revolução da Informação”.

Acho interessante que, em nossos dias, encontremos multimilionários e multibilionários que se fizeram por si próprios na faixa dos 20 aos 40 anos de idade; contudo, encontramos também gente de quarenta anos e mais que dá duro para se agarrar a empregos que pagam US$ 50 mil ao ano.
Uma das razões dessa grande disparidade é a passagem da Era Industrial para a Era da Informação.
Quando entramos na Era Industrial, gente como Henry Ford e Thomas Edison se tornaram bilionários.
Hoje, na entrada da Era da Informação, temos Bill Gates, Michael Dell e os fundadores das empresas de Internet que estão se tornando os jovens milionários e bilionários.
Esses jovens de vinte e poucos anos, em breve, estarão superando a fortuna de Bill Gates que já é velho aos 39 anos, isso mostra o poder da mudança das eras.
Já se disse que não há nada tão danoso quanto se agarrar a idéias ultrapassadas.

O poder de deter informação pode significar a definição de um novo caminho financeiro em sua vida.

(“O Guia de Investimentos" - de Robert Kiyosaki, o mesmo autor de 'Pai Rico, Pai Pobre“).

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Oceano de Plástico

Dejetos gerados pelo mundo todo formaram um enorme lixão flutuante que tem quase o tamanho do Amazonas – e está voltando para o continente

Foto: SUZANNE FRAZER/BEACH EVIRONMENTAL AWARENESS CAMPAIGN HAWAIIBem-vindos ao futuro", diz o capitão Charles Moore, comandante de uma embarcação de pesquisa de 25 toneladas chamada Alguita. Ele está no porto da bacia de Kewalo, no litoral sul de Oahu, no Havaí, segurando uma jarra cheia com um líquido amarelo turvo. Pedacinhos de dejetos flutuam no líquido, uma massa anuviada de lixo. A maior parte é plástico. "Esta aqui é a aparência dos nossos oceanos hoje", Moore prossegue, com sua fala arrastada de marinheiro. "Esta amostra foi colhida no Pacífico, a cerca de 1.600 quilômetros de Los Angeles, na direção oeste-sudoeste. Mas eu preciso enfatizar que isto aqui não acontece em um lugar só - isto aqui está no oceano inteiro." O líquido na jarra parece mais uma poça d'água em Manhattan, Nova York, do que algo retirado do Pacífico, tão azul e plácido.

Foi Moore que, em 1997, fez uma descoberta a respeito do oceano que fez alarmes soarem no mundo todo. Ao retornar para casa, na Califórnia, depois de uma regata até o Havaí, ele traçou sua rota pelo Giro Pacífico Norte, uma região conhecida pelos marinheiros como "zona de calmaria". Com cerca de 26 milhões de quilômetros quadrados, a área é local de ventos tropicais e correntes circulares cuja tendência é manter qualquer coisa que entra ali sem autopropulsão durante meses, anos e até décadas inteiras. Ali, perto do centro das correntes lentas, profundas e em sentido horário que formam essa contracorrente oceânica, Moore deparou com uma massa extensa de dejetos flutuantes que ficou conhecida como Grande Mancha de Lixo do Pacífico (em inglês, Great Pacific Garbage Patch).

A primeira coisa que é necessária saber a respeito da Grande Mancha de Lixo do Pacífico é que seu nome, que pode trazer à mente algum título de desenho animado do Snoopy, é muitíssimo inapropriado. Na realidade, a "mancha" é um vórtice giratório de uma sopa de plástico, um pântano imenso e fétido de dejetos em que pedacinhos minúsculos de plástico podre se sobrepõe ao zooplâncton - um dos organismos mais prolíficos e abundantes no planeta - na proporção de seis para um. Ninguém sabe seu tamanho exato, nem se tem algum tipo de limite: sua localização e seu formato variam de acordo com fatores como temperatura da água, estação do ano e eventos climáticos importantes como o El Niño. Cientistas estimam que seu tamanho seja equivalente a duas vezes o do estado norte-americano do Texas (ou quase a área do estado brasileiro do Amazonas) - talvez seja até maior - e que contenha cerca de dez milhões de toneladas de lixo.

"No início, a gente enxerga a água azul que se estende no horizonte", diz Mary Crowley, diretora do instituto Ocean Voyages. "Isso passa a impressão de que está tudo bem. Mas daí, quando você olha com atenção para dentro da água, enxerga todo aquele confete interminável de plástico. Nós costumamos recolher pedaços separados de plástico à taxa de 200 a 300 a cadameia hora - e isso só nas proximidades imediatas." Desde que o estudo começou, os pesquisadores não retiraram nenhuma única amostra do giro que não contivesse plástico.


Quando chega à Grande Mancha de Lixo, a maior parte do plástico já foi reduzida a micropedaços tóxicos.


Como a maior parte da sujeira consiste de "microplástico" - pedaços maiores de lixo que foram convertidos a pedacinhos minúsculos de polímero pelo efeito combinado das ondas, do vento e do sol -, a ameaça que representa à vida selvagem é especialmente grave. O plástico em partículas tem muito mais probabilidade de ser engolido por aves e peixes - e pode conter altas concentrações de substâncias químicas tóxicas, incluindo DDT e compostos bifenilpoliclorados, em taxas até um milhão de vezes maior do que na água do mar ao redor. No atol Midway, albatrozes estão morrendo de fome com a barriga cheia de plástico. Tartarugas marinhas confundem sacos plásticos flutuantes com águas-vivas, uma de suas principais fontes de alimento, e morrem engasgadas. Em uma amostra recente de 670 peixes da família Myctophidae, importante fonte de alimento para peixes maiores, a tripulação do Alguita encontrou 1.298 pedaços de plástico. "Está se transformando na nova dieta", diz Moore. "Estamos fazendo com que tudo no oceano entre na dieta do plástico."

E difícil acreditar que o plástico só existe há um século. Em 1909, um químico de origem belga chamado Leo Hendrik Baekeland apresentou ao mundo o primeiro plástico completamente sintético, um composto de fenolformaldeído que ele chamou de Baquelita, em uma conferência de químicos em Nova York. A Baquelita, que foi sintetizada pela primeira vez no celeiro de Baekeland em Yonkers, no estado de Nova York, era feita por meio da mistura de ácido carbólico e formaldeído. Tinha a propriedade quase mística de ser maleável quando aquecida sob pressão, ao mesmo tempo que permanecia rígida e insolúvel quando fria. Altamente moldável, mais durável do que a cerâmica, mais leve do que o metal e feito inteiramente no laboratório, o novo composto também não era condutor de eletricidade e resistente ao calor; logo recebeu o título de "material de mil utilidades".

Primeiro foi o náilon, que chegou ao mercado em 1940 e que mais tarde causaria tumulto em lojas de departamentos, com mulheres pisoteando umas as outras para comprar meias-calças. A produção em massa de outros tipos de plástico começou depois da Segunda Guerra Mundial, com o advento do polietileno, do polipropileno e do poliestireno, que são os ingredientes principais de produtos como filme plástico de cozinha, garrafas de leite descartáveis, bambolês e isopor. Na década de 1960, o plástico já tomava conta da vida norte-americana e era a própria imagem da modernidade. Em 1979, o volume anual de plástico produzido nos Estados Unidos ultrapassou o de aço.

Louvado como o "milagre" por trás da vida moderna, hoje o plástico está em todo lugar. Está nas roupas, nos computadores, nos celulares, nos carros, nos móveis e nas geladeiras. Aviões, hospitais e laboratórios dependem dele, mas, em sua maior parte, vai parar nas nossas latas de lixo. No ano que vem, o mundo vai descartar perto de 300 milhões de toneladas de plástico, sendo que mais de um terço disso se encaixa na categoria do "uso mínimo", o que significa que o material será descartado de alguns segundos até um ano depois de sua produção. Nos Estados Unidos, mais de 11 bilhões de quilos de plástico desaparecem todos os anos. Para onde vão? Para onde vai um material relativamente indestrutível neste nosso mundo finito? "Tirando uma pequena quantidade que é incinerada, cada pedacinho de plástico que mandamos para o oceano fica lá", diz Anthony Andrady, um renomado cientista de pesquisas especializado em plástico. "Continua em algum lugar do ambiente marinho."

Qual foi a última vez que você passou um dia inteiro sem usar um pedaço de plástico descartável? O material nos rodeia, inunda a nossa vida. Ele se acumula nas sarjetas das cidades, vai parar nas praias de todo o mundo e flutua nos próprios oceanos.


Foto: SUZANNE FRAZER/BEACH EVIRONMENTAL AWARENESS CAMPAIGN HAWAIIEm algumas áreas, 95% das aves têm restos de plástico no estômago, em uma média de 44 pedaços para cada pássaro.










O Programa Ambiental da Organização das Nações Unidas estima que dejetos plásticos matem mais de 100 mil mamíferos marinhos e um milhão de aves marinhas a cada ano. Até mesmo organismos pequenos, como águas-marinhas, peixes-lanterna e zooplâncton começaram a ingerir pedacinhos de plástico. Essas espécies, que são a base da rede de alimentação do oceano, estão ficando saturadas de plástico, que pode ser transmitido para os níveis mais altos da cadeia alimentar. "A preocupação é com o que o plástico carrega e libera nos organismos que o ingerem", diz Holly Bamford, que está lançando um estudo de dejetos marinhos para a National Oceanic and Atmospheric Administration (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, departamento governamental dos Estados Unidos). O resumo é o seguinte: a merda é toda nossa, e nós estamos começando a comê-la, de maneira bem literal.

Apesar de o plástico se desintegrar com o tempo, liberando substâncias químicas como bisfenol A e ftalatos no ambiente, a maior parte do material nunca desaparece; os polímeros sintéticos que formam sua estrutura permanecem intactos. Em seu menor estado, quando fica mais dividido em partículas, Andrady explica, "o plástico continua sendo plástico. O material continua sendo um polímero. O polietileno - o tipo de plástico descartável mais comum - não é biodegradável em nenhuma medida de tempo prática. Não existe mecanismo no ambiente marinho que possa biodegradar uma molécula tão longa assim".

Quando peixes e mamíferos ingerem microplásticos da Grande Mancha de Lixo do Pacífico, as toxinas químicas concentradas nos dejetos se alojam nos tecidos adiposos dos animais, acumulando-se em níveis cada vez maiores à medida que se sobe na cadeia alimentar. Ainda não está claro se essas substâncias químicas estão ou não chegando até os seres humanos, mas sabe-se que os compostos bifenilpoliclorados e o DDT prejudicam a reprodução em mamíferos marinhos. Nos seres humanos, foram relacionados a danos no fígado, lesões de pele e câncer. "A possibilidade de cada vez mais criaturas estarem ingerindo plásticos que contêm alta concentração de poluentes é real e bastante preocupante", diz Richard Thompson, biólogo marinho britânico que estuda microplásticos há 20 anos.

Wayne Sentman, biólogo de campo da Oceanic Society, com sede em São Francisco, passou três anos no atol Midway, conduzindo pesquisa de campo com albatrozes mortos. Durante esse período, ele encontrou uma ampla gama de dejetos marinhos no estômago das aves, incluindo "seis isqueiros uma seringa completa com a agulha, uma lanterna pequena, várias lâmpadas pequenas, pentes, escovas de dente, chinelos de dedo e iscas artificiais". Em praias britânicas no Mar do Norte, um estudo com fulmares descobriu que 95% das aves marinhas tinha plástico no estômago, com média de 44 pedaços por pássaro. Uma quantidade proporcional em seres humanos pesaria quase cinco quilos.

Os dados sobre dejetos plásticos no oceano ainda estão em seus primeiros estágios, e os pesquisadores da National Oceanic and Atmospheric Administration dão ênfase para o fato de que são necessários mais estudos para determinar se o plástico se transformou ou não em toxina na cadeia alimentar. Mas as evidências são crescentes, e a quantidade de dejetos segue dobrando a cada década. A ameaça se estende muito além da Grande Mancha de Lixo do Pacífico: como o capitão Moore se apressa em observar, o Giro Pacífico Norte é apenas um entre cinco giros importantes nos oceanos do mundo. "Metade dos oceanos do mundo são acumuladores - são giros de alta pressão que trazem as coisas para si", ele diz. "E cada um deles está cheio de plástico."

A questão agora é a seguinte: o que podemos fazer a esse respeito, se é que ainda podemos fazer alguma coisa? Alguns pesquisadores estão explorando maneiras de limpar o plástico com o uso de uma tecnologia emergente para converter os oceanos de plástico em combustível. Um dos principais ingredientes do plástico, afinal de contas, é petróleo bruto - 4% de todo o fornecimento do mundo, para ser exato, ou cerca de 3,4 milhões de barris de petróleo por dia no atual nível de consumo. Se a energia do plástico pudesse ser liberada de alguma maneira, segundo o raciocínio, poderia simultaneamente solucionar o problema do lixo e também aliviar a demanda de energia.

"O plástico é feito de petróleo bruto", diz Alka Zadgaonkar, chefe do departamento de química aplicada da Faculdade de Engenharia G.H. Raisoni em Nagpur, Índia. "Se for quebrado, vamos obter hidrocarbono." Com um empréstimo do Banco Estatal da Índia, Zadgaonkar diz ter desenvolvido um sistema que, com a ajuda de um catalisador secreto, é capaz de transformar "um quilo de plástico descartado em um litro de hidrocarbono". Os hidrocarbonos podem então ser destilados e transformados em um tipo rústico de gasolina adequado para equipamento de fornecimento de energia, motocicletas e sistemas de aquecimento.

O problema é que a extração de um único litro de combustível exige um quilo de plástico e 100 gramas de carvão, o que não faz com que o processo seja exatamente sustentável. Além disso, não existe ainda um método prático para capturar o cemitério líquido de dejetos que flutua no Pacífico. "A maior tarefa que temos agora é descobrir como fazer a coleta", diz Doug Woodring, cofundador de um estudo sobre a Grande Mancha de Lixo do Pacífico chamado Kaisei. "É aí que a tecnologia é incerta."

A única maneira viável de deter a difusão do plástico na cadeia alimentar mundial, segundo quem estuda o perigo, é reduzir a quantidade de plástico que usamos. "Não existe como limpar toda aquela merda... é impossível", desdenha o capitão Moore. "Neste momento, pegamos essas coisas todas com uma redinha. O que vamos fazer? Arrastar essas redes no oceano todo?" Moore, que deparou com a Grande Mancha de Lixo do Pacífico por acaso, parece mais marinheiro do que cientista, e sua linguagem é tão salgada quanto os cabelos encaracolados que lhe cobrem a cabeça. Diferentemente de outros pesquisadores, acostumados com o discurso medido das conferências científicas,

Moore vai direto ao cerne da questão. "Toda essa bobagem sobre ir lá recolher aquela coisa... não dá para recolher aquela coisa!", ele decreta. "Não existe nenhum jeito de tirar aquilo de lá... simplesmente não é viável! Existe uma ideia de que existiria uma 'zona de convergência' no giro, e todos os dejetos plásticos iriam para lá... bom, se está indo para lá, é porque vem de outros lugares e está ferrando com essas partes do oceano também. Se a entrada for constante, simplesmente fode com o oceano todo!"

Moore faz uma pausa dramática e contempla o Pacífico. "Não importa onde você está, não tem como superar, não tem como escapar", ele diz. "Agora o oceano é de plástico."

Por Kitt Doucette

quinta-feira, 11 de março de 2010

Carta aos Mergulhadores

Jacques Yves Cousteau
Como todos os seres humanos, nascemos no coração da mãe-terra. Temos braços e pernas, respiramos oxigênio que entra em pequenos pulmões. Passamos grande parte da nossa vida na posição vertical que nos dá uma maior autonomia e conforto na terra. Vistos superficialmente somos iguais a todos os seres humanos.

Mas analisando um pouco mais fundo, alguma coisa nos faz diferente. Nascemos com os olhos acostumados ao azul das águas. Temos um corpo que anseia pelo braço do mar e, um pulmão que aceita grandes privações de ar apenas para prolongar a nossa vida no mundo azul.

Somos homens e mulheres de espírito inquieto. Buscamos na nossa vida mais do que foi dado. Passamos por grandes provas para nos aproximar dos peixes. Transformamos nossos pés em grandes nadadeiras, seguramos o calor do nosso corpo com peles falsas e chegamos até a levar um novo pulmão em nossas costas. E tudo isto para quê? Para podermos satisfazer uma paixão, um sonho. Porque nós, algum dia, de alguma forma, fomos apresentados a um mundo novo. Um mundo de silêncio, calma, mistério, respeito e amizade. E esta calma e silêncio nos fizeram esquecer da bagunça e agitação do nosso mundo natal. O mistério envolveu nosso coração sedento de aventura.

O respeito que aprendemos a ter pelos verdadeiros habitantes desse mundo. Respeito esse que, só depois de ter sentido a inocência de um peixe, a inteligência de um golfinho, a majestade de uma baleia ou mesmo a força de um tubarão, podemos compreender.

E a amizade. Quando vamos até o fundo do mar, descobrimos que ali jamais poderíamos viver sozinhos. Então levamos mais alguém. E esta pessoa, chamada de dupla, companheiro ou simplesmente amigo, passa a ser importante para nós. Porque, além de poder salvar nossa vida, passa a compartilhar tudo que vemos e sentimos. E em duplas, passamos a ter equipes, e estas passam a ser cada vez maiores e mais unidas. E assim entendemos que somos todos velhos amigos mesmo que não nos conheçamos. E esse elo que nos une é maior que todos os outros que já encontramos

E isso faz com que nós mais do que amigos, sejamos irmãos. Faz de nós, mergulhadores.


Jacques Yves Cousteau 11/01/1910 – 25/06/1997

Os 10 Mandamentos do Mergulho Ecológico

1º - Evite contato com organismos frágeis - embora pareçam pedras ou plantas, muitos organismos aquáticos são na verdade animais, e muito frágeis. Um toque da mão do mergulhador pode destruí-los. Assim, é melhor não encostar em espécies delicadas, como os corais.

2º - Prenda bem os equipamentos para mergulhar – mantenha-os seguros para que não escapem e se transformem em entulho. Equipamentos de mergulho não são biodegradáveis.

3º - Atualize seus conhecimentos para conservar suas habilidades - se você não mergulha há muito tempo verifique se suas habilidades principalmente controle de flutuabilidade permanecem inalteradas. Estando inseguro quanto a elas faça um curso de atualização ou reciclagem para mergulhadores.

4º - Saiba que sua visita à vida aquática pode trazer problemas - muitas vezes, em contato com tantos organismos, o mergulhador fica tentando tocar e até dar comida a eles. Esta ação pode causar estresse aos animais, introduzir alimentos nocivos e provocar comportamento agressivo em espécies normalmente calmas.

5º - Respeite o reino aquático - diversas criaturas subaquáticas só são visíveis em meio a plantas ou objetos. Usá-las como brinquedos ou comida para outros animais afeta o ecossistema local.

6º - Resista à tentação de trazer lembranças - colecionadores de espécies, corais e conchas podem "despir" algumas áreas de seu fascínio. Se você quer levar recordações de seu mergulho, é melhor praticar fotografia subaquática.

7º - Obedeça as regras da pesca submarina os entusiastas do esporte devem ter licença e conhecer as regras de cada ponto de mergulho que são escolhidos elaboradamente para garantir a reprodução e sobrevivência dos animais.

8º - Sempre comunique distúrbios ambientais - avistando qualquer depreciação do ambiente aquático, informe as autoridades.

9º - Seja um modelo para outros mergulhadores - como um mergulhador consciente, você deve saber que jogar lixo na água destrói a natureza. Seja o primeiro a dar exemplo em casos como esse.

10º Envolva-se em atividades ambientais locais - suas ações têm influência no lugar onde mergulha. Oriente os companheiros sobre como descer ao fundo sem prejudicar a natureza.


Adendo: Não caia na demagogia de só por que os outros não fazem o correto você também não deva. Tenha consciência e visão superior, de exemplo, mesmo que não o sigam, saiba que você fez, faz e sempre fará sua parte. Afinal para que tudo comece basta dar o primeiro passo.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Marinheiro Anônimo


"Que os mares me levem a lugares que nunca vi e me tragam novas sensações, assim não saberei onde estou e muito menos o que sentir."

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Procura-se um amante


Muitas pessoas têm um amante e outras gostariam de ter um.
Há também as que não têm, e as que tinham e perderam.
Geralmente são essas últimas as que vêem ao meu consultório para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro ou as mais diversas dores.
Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.
Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.
Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme:
"Depressão", além da inevitável receita do anti-depressivo do momento.
Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que elas não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que elas precisam de um AMANTE!
É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho.

Há as que pensam:
"Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas?!

"Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.

Aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte:
AMANTE é "aquilo que nos apaixona". É o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono e é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.

O nosso AMANTE é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.
Às vezes encontramos o nosso amante em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis.
Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto...
Enfim, é "alguém" ou "algo" que nos faz "namorar" a vida e nos afasta do triste destino de "ir levando".

E o que é "ir levando"?
Ir levando é ter medo de viver.

É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.
Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão de que talvez possamos realizar algo amanhã. Por favor, não se contente com "ir levando"; procure um amante, seja também um amante e um protagonista da SUA VIDA...

Acredite: o trágico não é morrer; afinal a morte tem boa memória e nunca se esqueceu de ninguém.
O trágico é desistir de viver; por isso, e sem mais delongas, procure um amante.

A psicologia, após estudar muito sobre o tema, descobriu algo transcendental: "PARA SE ESTAR SATISFEITO, ATIVO E SENTIR-SE JOVEM E FELIZ, É PRECISO NAMORAR A VIDA."

(Dr. Jorge Bucay - tradução do original "Hay que buscarse um Amante")